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terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Tolerância Religiosa: menção a Deus nas cédulas de dinheiro

Em reportagem a revista Época, Luís Antônio Giron Editor da seção Mente Aberta de ÉPOCA  escreveu  em meados de novembro de 2012 sobre a atual discussão que envolve a inscrição "Deus seja louvado" nas notas de dinheiro que circulam no Brasil. 



"O Ministério Público Federal pede que a expressão “Deus seja louvado” seja retirada das notas de real para garantir a liberdade religiosa. A frase deve ou não sair das notas de real ou a discussão é inútil? Os fundamentalistas cristãos andam protestando em todo o país, exigindo que Deus continue representado nas cédulas. Os politeístas, ateus e crentes em outras seitas, além dos juristas e partidários da mentalidade politicamente correta, querem a extinção imediata e sumária da frase, em nome da garantia da liberdade religiosa em Estado laico.  
Misturar Deus e dinheiro é uma barbaridade. Não importa o seu vínculo político, religioso e ideológico: Deus, caso você creia nele, não precisa ser evocado por intermédio da manifestação mais concreta do materialismo, uma cédula monetária. Além de a expressão representar uma intromissão religiosa no âmbito do Estado, ela é uma espécie de marca de atraso e de péssimo gosto. É uma questão ética e estética, além de política. A expressão me faz lembrar aquelas igrejas que pregam valores cristão e, ao mesmo tempo, sem o mínimo decoro, convertem Deus em moeda de troca – ordenando em altos brados, durante os cultos, que os fiéis doem seu dízimo à causa. (...)Uma sociedade baseada na tolerância, na diversidade e na democracia não é compatível com qualquer tipo de pregação (nunca pensei que fosse entrar nesse blablablá de juristas). Imagino o que os cristão sentiriam caso o Banco Central passasse a estampar no dinheiro frases como “Em Deus não cremos” ou “Oxóssi reina de Norte a Sul”. É mais honesto deixar as notas sem inscrição alguma. Será perfeito arrancar Deus do dinheiro. Um problema é o custo da operação. Essas coisas dão medo no Brasil. Vale a pena o Banco Central gastar dinheiro e esforço por um detalhe? A solução poderá ser, caso o Ministério Público vença, o BC emitir cédulas novas e, aos poucos, retirar de cena a oração que um dia José Sarney talvez tenha achado que salvaria o cruzado da inflação. Que Deus seja poupado!"  

(Ver repostagem completa em http://revistaepoca.globo.com/cultura/luis-antonio-giron/noticia/2012/11/tirem-deus-do-dinheiro.html, último acesso em 11/12/12)

Apesar da crítica à inscrição na cédula em defesa do estado laico, a decisão provisória da Justiça Federal manteve a frase "Deus seja louvado" das cédulas.
Segundo a juíza Diana Brunstein, a inscrição nas cédulas “não parece ser um direcionamento estatal na vida do indivíduo que o obrigue a adotar ou não determinada crença”. A União e o Banco Central defenderam também que não havia ofensa ao princípio do Estado Laico e da liberdade religiosa. A decisão da 7ª Vara Federal Cível de São Paulo rejeitou a retirada da frase requerida pela ação pública ajuizada pelo procurador regional dos direitos do cidadão Jefferson Aparecido Dias, alegando não haver provas de desrespeito às minorias.


(Ver reportagem completa em http://revistaepoca.globo.com/Brasil/noticia/2012/11/decisao-provisoria-da-justica-mantem-frase-deus-seja-louvado-nas-cedulas.html, útimo acesso em 10/12/12 )